Educadores realizaram novo protesto contra cortes salariais e ameaças da prefeitura
Mesmo com greve suspensa, educadores cobram salários atrasados, perdas de mais de 30% e denunciam ações intimidatórias da gestão Rogério Meira.
Publicado: 25/07/2025 19:06 | Última modificação: 25/07/2025 19:06
Escrito por: Roseli Riechelmann

Trabalhadores da educação da rede municipal de Jangada (a 70 km de Cuiabá) voltaram a se manifestar na manhã desta sexta-feira (25/07), nas ruas da cidade, mesmo diante de ações intimidatórias por parte do prefeito Rogério Meira contra a categoria. Os profissionais cobram pagamento do salário de junho que foi cortado e a recomposição de perdas salariais que já somam mais de 30%.
A categoria, que ficou em greve por cerca de 48 dias, suspendeu o movimento paredista diante da falta de avanços nas negociações e da judicialização da greve, promovida pela administração municipal, o que penalizou ainda mais os trabalhadores. Sem salários apelam para rifa solidária.

“O prefeito limitou as negociações à recomposição legal do repasse dos salários em 2025 — 6,27%, após muita pressão dos educadores. Contudo, recusa-se a avançar no diálogo sobre outras demandas, como Gestão Democrática, Concurso Público, calendário de recomposição de perdas e revisão de legislação que compromete a jornada de trabalho dos motoristas do transporte escolar”, destaca a presidente da subsede do Sintep/Jangada, Célia Costa.
Após o retorno às atividades nas escolas, no dia 1º de julho, os profissionais se depararam com afirmações falaciosas da administração feitas à população. Um dos equívocos é a alegação de que o sindicato não teria assegurado a presença de 30% dos profissionais da educação durante a greve — o que não corresponde à realidade.
Outra inverdade é a possibilidade de que os profissionais não façam a reposição das aulas. “A Secretaria de Educação já está com o calendário desde o nosso retorno, em 1º de julho. Mas poderemos não cumpri-lo caso a prefeitura não pague os dias letivos de maio e julho”, afirma a dirigente.

Segundo Célia, o prefeito tenta intimidar tanto contratados quanto efetivos com ameaças infundadas. Em declarações à mídia, a administração municipal mencionou a suspensão de ponto facultativo de servidores efetivos - hoje, apenas cinco professores - para compensar os dias de paralisação.
“Do que adiantaria ter cinco professores na escola?”, questiona Célia. Ela observa que os maiores prejudicados, nesse cenário, seriam os estudantes e toda a estrutura necessária para garantir as atividades escolares.
Dentro das ameaças, a prefeitura também cogita realizar um novo Processo Seletivo, com o objetivo de substituir os contratados que participaram da greve. Segundo Célia, a cobrança é por Concurso Público para preenchimento definitivo das vagas. “Hoje temos 95% dos professores são contratados”, ressalta.
De acordo com estudos realizados pelo Sintep-MT, com base nos portais de transparência do governo federal, a prefeitura de Jangada possui até maio, cerca de R$ 1 milhão parado nos cofres da educação. Além disso, perde recursos por não implementar a política de Gestão Democrática. “Vazam dos cofres públicos verbas que poderiam reforçar o orçamento da educação, principalmente com recursos do Fundeb”, conclui a dirigente, que reafirma a continuidade da luta no município.