Profissionais da Educação realizam paralisação após parecer desfavorável do executivo à pauta


Novo Plano de Cargos Carreira e Salário busca adequar a legislação municipal ao estabelecido nacionalmente para valorização dos educadores

Publicado: 02/04/2024 10:42 | Última modificação: 02/04/2024 10:42

Escrito por: Roseli Riechelmann

Subsede Ipiranga do Norte

Os profissionais da educação da rede municipal de Ipiranga do Norte (470 km de Cuiabá), organizados pela subsede do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) fizeram dia de paralisação nesta segunda-feira (01/04), em protesto ao não atendimento da pauta de reivindicações da categoria e tentativa de desmonte ao Projeto de Lei do novo Plano de Cargo, Carreira e Salários (PCCS) da educação.

A mobilização foi deliberada no último 25 de março, após assembleia da categoria que contou com a participação de representantes do executivo municipal. O projeto do PCCS estava em posse do executivo para análise aprofundada, desde o mês de dezembro. Na assembleia, os representantes do executivo apresentaram parecer desfavorável ao documento.  

O novo PCCS é fruto de debate e construção coletiva entre representantes da própria prefeitura, entidade sindical e profissionais da educação. O documento atualiza o plano de carreira do município respeitando o modelo nacional de valorização profissional, com piso inicial da carreira, praticado a partir do nível médio, como estabelece a legislação (LC 11.738/2008).

A valorização salarial do novo PCCS respeita à escolaridade e tempo de serviço do profissional, sendo a formação, referência para o enquadramento de todos os graduados e pós-graduados, a partir da conclusão do estágio probatório.

Apesar da construção coletiva vários trechos do documento foram vetados pelos representantes do executivo municipal.  A contadora da prefeitura, Mariza Terezinha Konrath, deu parecer desfavorável ao atendimento da pauta, alegando inviabilidade diante do impacto financeiro para o município. O procurador jurídico, Pedro Alessandro Alves do Nascimento, com uma interpretação equivocada da lei, contestou a progressão de carreira horizontal com base em títulos, a partir da posse na administração municipal.

A presidente da subsede do Sintep/Ipiranga do Norte, professora Lovani Petrikic Schmitz, acredita que a análise foi frustrante para a categoria. De acordo com os destaques realizados pelos representantes do executivo e a falta de argumentos para não atendimento da pauta e falta de comprometimento do prefeito com a educação.

Apesar da versão da prefeitura, “a categoria não abrirá mão e exige que a Lei do Piso conste na Lei municipal, com respeito aos cálculos e progressão na carreira, uma vez que a mesma veio justamente para valorização salarial profissional. Não recuaremos na luta pelo piso integral e uma jornada de trabalho de 30 horas para todos os profissionais”.  Os estudos continuam até o dia que o Plano de Cargos Carreiras e Salários dos Profissionais da Educação seja aprovado e sancionado, concluiu Lovani Petrikic Schmitz.